Descrição
Rua Cosme Velho, nº 18. Nesse local viveu Machado de Assis de 1883 até sua morte em 1908. Essa é a origem do título desta obra, Dezoito do Cosme Velho, que reúne 18 dos melhores contos fantásticos escritos por Machado de Assis.
Joaquim Maria Machado de Assis, nascido no Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839, é considerado por muitos um dos maiores autores brasileiros, quiçá o maior. Escritor prolífico, foi poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista e crítico literário.
Poucos sabem, porém, que o responsável por introduzir o Realismo no Brasil — movimento literário centrado na realidade e em denúncias de cunho sociopolítico — também enveredou pelos caminhos da Literatura Fantástica, sem nunca deixar de lado as críticas à situação política do país, à escravidão, ao capitalismo centrado no lucro a qualquer custo.
“Os contos de Machado empregam o estranho não para endossar a presença do sobrenatural e do fantasmagórico, mas, ao invés, para perturbar e enervar, oferecendo representações da violência, especialmente em imagens do corpo humano e, acredito, do corpo político” — M. Elizabeth Ginway.
Dezoito do Cosme Velho reúne os 18 melhores contos fantásticos de Machado de Assis, escritos entre 1862 e 1892. Todos os contos receberam cotejo (uma leitura comparativa cuidadosa) com os originais publicados na época, seja nos periódicos, seja em coletâneas revisadas e publicadas pelo próprio autor.
Além disso, a edição conta com as ilustrações originais de Monaramis, prefácio de Daniela Mattos, do blog Sabe o que é?, além do posfácio da professora e pesquisadora M. Elizabeth Ginway, que analisa três dos contos publicados e esclarece a escrita alegórica de Machado de Assis. A obra contará com acabamento brochura com orelhas e páginas amareladas para uma excelente leitura. O conto “Júlia no Mundo das Coisas”, de Shay Luz, fará a abertura da obra.
Machado de Assis
O Bruxo do Cosme Velho, apelido que ganhou força no meio literário quando Carlos Drummond de Andrade escreveu o poema: “A um bruxo, com amor”, nasceu em 21 de junho de 1839, filho de Francisco José de Assis e da açoriana Maria Leopoldina Machado de Assis. Em 1884, mudou-se para a sua famosa residência na rua Cosme Velho, número 18.
Sua primeira publicação foi o poema “Ela”, no jornal Marmota Fluminense, em 1855, anos 16 anos. No ano seguinte, tornou-se aprendiz de tipógrafo na Tipografia Nacional. Trabalhou como revisor de provas tipográficas e da livraria de Paula Brito, e foi bibliotecário para a Sociedade Arcádia Brasileira. Foi sócio fundador da Arcádia Fluminense, em 1865. Recebeu a Ordem da Rosa, no grau de cavaleiro, em 1867, uma ordem honorífica brasileira criada pelo imperador D. Pedro I. Casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais em 1869. Foi nomeado primeiro-oficial da Secretaria de Estado do Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas em 1873, e, mais tarde, em 1889, foi promovido a diretor da Diretoria do Comércio. Por fim, foi Diretor-Geral da Viação da Secretaria da Indústria, Viação e Obras Públicas em 1892.
Escreveu diversas obras nos mais diferentes gêneros literários: romance, contos, novelas, críticas literárias, sátiras, poemas etc., e foi colaborador de diversos jornais e revistas.
Em 1897, participou da inauguração da Academia Brasileira de Letras e foi eleito seu primeiro presidente, cargo no qual permaneceu por mais de 10 anos.
Em 1904, sua esposa faleceu; a ela, dedicou seu soneto mais famoso: “A Carolina”. Em 29 de setembro de 1908, aos 69 anos, Machado de Assis faleceu no Rio de Janeiro e foi enterrado na sepultura da esposa no Cemitério de São João Batista. Em 1999, porém, seus restos mortais foram transferidos para o mausoléu da Academia Brasileira de Letras, o que só foi permitido pela família do escritor após a instituição propor que os restos de sua esposa também fossem transferidos.
Hoje, Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos maiores nomes na literatura brasileira, e suas obras são estudadas e apreciadas no Brasil e no exterior.
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